quinta-feira, 30 de julho de 2009

Minha voz recortada em soluços,
Como navalha corta-me os pulsos;
E o sangue que verte, esKARLAte, rubro,
É a mortalha fúnebre com que me cubro.

Dobra-me os joelhos perante a Algoz
Que o eco macabro da minha voz
Ecoa frio como a terra, que o acúmulo
Encerra meu cadáver neste túmulo.

Solidão, Desespero, torno ao pó.
Veste-me o Destino que resta inglório,
A viúva me abandona no velório
Pra de mim, ao meu lado, só.

E eis que desperto do encanto forte
Do pútro beijo que me sorve a Morte:
Como Romeu renascido, como tais
Poetas sem corvos do "nunca mais".

Julieta, sê-me breve em teu veneno
Que o Inverno sombrio da minha figura,
Ainda enlaçados os ossos na sepultura,
Faz o gelar do cemitério mais ameno...

Sê-me breve, amada Lenora,
Põe fim à tragédia deste corvo
Que a noite deste poema torvo
Faça-se finada à luz da Aurora.

2 comentários:

  1. Eu te amo mais que a vida, mais que a poesia que você tem, tem mais ainda felicidades pra minha poesia...

    Poesias tristes, verdade... Mas você me completa, e faz tudo valer a pena...

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  2. Somos mais, do mesmo... Somos iguais. ;)

    Te amo por isso.

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